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Estud. pesqui. psicol. (Impr.) ; 23(4): 1466-1485, dez. 2023.
Artigo em Português | LILACS-Express | LILACS | ID: biblio-1538189

RESUMO

O artigo desponta da construção de um amplo panorama que localiza afinidades estruturais e tensões problemáticas entre a psicanálise e os coletivos. Nossa revisão de literatura, sobre psicanálise e política, discerne o valor da análise do psicanalista na sustentação da tarefa de subversões políticas do divã às praças públicas. Na sequência, pensamos as repercussões da política da psicanálise frente aos debates que envolvem neurodiversidade/autismo, cientificismo psicoterápico e capitalismo. Pretendemos criticar uma versão alienante da política, versão protagonista dos diferentes temas que abordamos e veiculada pelo agente na função do semblante - a lei, o saber-todo ou o indivíduo hedonista servo de seus mais-de-gozar (discurso capitalista). Na contrapartida dessa versão, está a prática advinda de um Judeu - ou seja, de um corpo que viveu os efeitos do racismo dos discursos, antes mesmo da ascensão do Nazismo - e elaborada através da escuta de algo amordaçado na potencialidade da sexualidade feminina. A partir de tais fatos, argumentamos uma crucial chave de leitura à psicanálise nos conflitos políticos: interrogar a subjetividade de quem psicanalisa. Resultando no questionamento de modalizações conservadoras que marcaram a história da clínica psicanalítica e ainda ressoam no fazer teórico-prático.


The article emerges from the construction of a large panorama that locates structural affinities and problematic tensions between psychoanalysis and collectives. Our literature review on Psychoanalysis and Politics discerns the value of the psychoanalyst's analysis in sustaining the task of political subversions from the divan to the public space. In the sequence, we consider the repercussions of the politics of psychoanalysis in the face of debates involving neurodiversity/autism, psychotherapeutic scientificism and capitalism. We intend to criticize an alienating version of politics, a version that is the protagonist of the different themes we approach and which is conveyed by the agent in the function of the semblant - the law, the all-knowing or the hedonistic individual who is the servant of his own surplus-jouissance (capitalist discourse). The counterpart to this version is the practice coming from a Jew - that is, from a body that lived the effects of the racism of discourses, even before the rise of Nazism - and elaborated by listening to something muzzled in the potentiality of female sexuality. Based on these facts, we argue that there is a crucial key to psychoanalysis in political conflicts: questioning the subjectivity of those who psychoanalyze. This results in the questioning of conservative modalizations that have marked the history of the psychoanalytic clinic and still resonate in the doing of theoretical-practical.


El artículo surge de la construcción de un amplio panorama que localiza afinidades estructurales y tensiones problemáticas entre el psicoanálisis y los colectivos. Nuestra revisión bibliográfica, sobre Psicoanálisis y Política, discute el valor del análisis del psicoanalista para sostener la tarea de subversiones políticas del diván a las plazas públicas. En seguida, pensamos en las repercusiones de la política del psicoanálisis frente a los debates sobre neurodiversidad/autismo, cientificismo psicoterapéutico y capitalismo. Pretendemos criticar una versión alienante de la política, una versión que protagoniza en los diferentes temas que abordamos y que es vehiculada por el agente en el papel del semblante - la ley, el saber-todo o el individuo hedonista siervo de su propio más-de-gozar (discurso capitalista). En la contrapartida de esta versión está la práctica proveniente de un judío - es decir, de un cuerpo que vivió los efectos del racismo de los discursos, incluso antes del ascenso del nazismo - y elaborada al escuchar algo amordazado en la potencialidad de la sexualidad femenina. A partir de estos hechos, sostenemos que hay una clave de lectura crucial del psicoanálisis en los conflictos políticos: cuestionar la subjetividad de quienes psicoanalizan. Esto resulta en el cuestionamiento de las modalidades conservadoras que han marcado la historia de la clínica psicoanalítica y aún resuenan en el hacer teórico-práctico.

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